segunda-feira, 15 de novembro de 2010

RIO BONITO DO IGUAÇU (DIVISÃO TERRITORIAL)

Rio Bonito do Iguaçu é composto por cinco distritos, que são os seguintes:
- Centro do Município.
- Pinhalzinho.
- Linha Rosa.
- Campo do Bugre.
- Alagado.

Fazem parte também do Município dois grandes Assentamentos, que são:
- Assentamento Ireno Alves dos Santos
- Assentamento Marcos Freire.

Têm-se a idéia de uni-los, ficando os dois Assentamentos com o primeiro nome apenas. Mas até o momento (2009) não está concretizada essa ação.

CENTRO DO MUNICÍPIO

O Centro do Município recebe novos moradores constantemente, provenientes de outros municípios do Paraná, das mais diversas etnias. Considerando esta grande variedade étnica dentro do Município, a cultura está em constante processo de adaptação instituindo novos costumes, porém prevalecem os hábitos, costumes e relações pessoais e sociais característicos dos pequenos municípios do Interior do Paraná. A população manifesta costume dos caboclos nativos, mesclados com a cultura dos migrantes do sul do país, tanto na alimentação quanto nos divertimentos, no jeito de viver e até nos valores morais.
O Centro do Município de Rio Bonito do Iguaçu inclui a área urbana e algumas comunidades rurais circunvizinhas. Dentro do perímetro urbano, está dividido em quadras e lotes. As vias de acesso são as ruas e avenidas principais: Rua 7 de Setembro, Avenida 15 de Novembro, Avenida Guarapuava, Avenida Euclides Ribeiro, Avenida Salvador Raimundo, Rua Horácio Gonçalves, Rua Tiradentes, Avenida D. Pedro II, Rua Olho D´Água, Rua Heitor Safraider, Avenida Getúlio Vargas.

Contamos com outras ruas e avenidas da área urbana nos loteamentos:
•Loteamento Galera
•Bairro Vista Alegre (Loteamento Drabecki)
•Loteamento Trento
•79 casas da Cohapar.

O perímetro urbano, os distritos e os assentamentos são servidos pela rede de água tratada distribuída pela SANEPAR , águas de fontes, poços artesianos e poços manuais. A rede de energia elétrica é fornecida pela COPEL , ambas que também atendem grande parte da área camponesa.

O serviço de esgoto público é oferecido à população nos canais pluviais, nas ruas principais, sendo que a maioria das residências possui o destino para o esgoto em fossas assépticas. A coleta do lixo é efetuada pelo órgão público, sendo depositado em aterro sanitário.

A população é composta por trabalhadores de diversos setores, de média e baixa renda, desempregados e/ou trabalhadores informais e pessoas que se deslocam para outros municípios e estados em busca de trabalho temporário para sustentação das famílias e formando um novo loteamento.

As construções e moradias vêm sendo melhoradas e ampliadas constantemente devido a grande demanda de novos moradores atraídos pelas probabilidades de progresso do município e pelo grande fluxo de pessoas provenientes dos Assentamentos, consumidoras de produtos e serviços.

O Centro do Município também dispõe dos serviços essenciais de utilidade pública, tais como: Agência do Correio, Banco Social, Agência do Banco CRESSOL , Agência do Banco do Brasil, Agência Bancária SICREDI , Rodoviária, lotérica com posto de Atendimento da Caixa Econômica Federal, Posto de Polícia Militar, Delegacia de Polícia Civil, Cartório Cível, Escritórios de Contabilidade, Posto do Instituto de Identificação do Paraná, Serviço Militar, DETRAN, Emater, Centros de Informática, Centro de Formação e Geração de Rendas e Associação Comercial e Industrial. A área do Município de Rio Bonito do Iguaçu é composta por cinco distritos administrativos e dois assentamentos.

O CENTRO do Município inclui a zona urbana, com as ruas e avenidas principais, LOTEAMENTOS GALERA, DRABECKI, TRENTO as seguintes comunidades circunvizinhas: Barra do Tamanduá, Assentinho, Linha Donatto, Alto do Trevo até o limite e a ponte do Rio Xagu, Linha Schmitt, inclusive a Reserva Ecológica, o Alagado, o acesso às Águas Minerais e a antiga Vila da Eletrosul, onde estão abertos cursos de Pós Médio na área da agroecologia coordenados pela Seagro.

No ano de 2007 foram construídas 79 casas na sede do município, em convênio entre Prefeitura Municipal e COHAPAR , que foram entregues a moradores cadastrados, que possuem baixa renda e não tinham condições de ter casa própria, beneficiando assim essas famílias.

PINHALZINHO

O Distrito de PINHALZINHO surgiu quando estavam desbravando a região no ano de 1924 e avistaram ao longe muitos pinhais naquele local, então deram o nome de “Pinhalzinho”.

Os moradores de Pinhalzinho, com o objetivo de não deixar que sua história se perca, elaboraram em junho de 1985 uma Ata que traz informações muito importantes. Esta Ata encontra-se em poder da Associação Comunitária e nos foi fornecido cópia, pela Diretoria. A seguir constamos as informações nela registradas:

“Tendo em vista o desenvolvimento da comunidade de Pinhalzinho, a diretoria da capela vendo que nada havia sido escrito de sua história, resolveu então tentar escrever. Procuramos então a senhora Maria Inês Ribeiro que conta com seus 99 anos de idade (em 1985) e sua filha Angélica Josefi Lopes dos Santos, moradora mais antiga desta região. Dona Maria ajudada por sua filha Angélica e seu genro João Lopes dos Santos que mora nesta região desde 1940 contou-nos que veio morar em Pinhalzinho no ano de 1924, já casada com Miguel Josefi e junto com seu pai Mauricio Gonçalves Ribeiro e mais dez irmãos, sendo cinco irmãos e cinco irmãs e muitos sobrinhos. Conta ainda que partiram da hoje denominada comunidade 127, seu pai dizia que ia morar num “jossil”, nome que na época dava à terra sem dono e coberta de pinheiros. Conta ainda que quando chegaram no lugar chamado de Arroio Novo, de cima avistaram as terras e matos, com muitos pinheiros, neste momento o seu Mauricio batizou o então chamado jossil de Pinhalzinho. Seu Maurício e sua comitiva abriram carreiros por aproximadamente 15 km até chegar ao destino. Conta ainda que como nada traziam para comer, tinha que parar para caçar, tirar mel silvestre e fazer erva para chimarrão. Chegando aqui no tal batizado Pinhalzinho, em terras hoje pertencentes a Osni Pedroso, os primeiros anos foram muito difíceis. Viviam só de caça, mel e frutos silvestres. Seu Mauricio tinha dezoito burros e com eles viajava para Ponta Grossa, onde levava erva mate, cera e couro de animais de caça para vender e trazia sal, calçados, tecidos como brim e xadrez e alguns remédios, principalmente homeopáticos. Fazer lavoura de milho e feijão de nada adiantava pois os animais selvagens comiam tudo. Mais tarde vieram outros moradores, o primeiro deles foi Sebastião Alencar e em seguida João Pinheiro, Sebastião Prudente, Itacílio Prudente e João dos Santos, assim iniciaram o desbravamento, plantio e criação de animais, principalmente porcos que eram levados e vendidos em Ponta Grossa à pé. Seu Maurício era quem tratava os doentes, pois era a única pessoa que sabia ler e escrever, procurava instrução em um livro intitulado “Autor da medicina Almeida Cardoso”. Tratava os doentes com homeopatias e remédios de ervas, até mesmo mordidas de cobras eram tratadas com remédios de ervas. Esta luta durou muitos anos, de 1924 até praticamente o final da década de 50. Como conta Dona Maria Inês, o transporte sempre era feito em lombo de burro, através de carreiros, uma grande quantidade de animais selvagens destruíam tudo, as onças devoravam os animais domésticos como cavalos, vacas e porcos. Mas este povo humilde e sofredor nunca perdem sua fé. Como conta Dona Maria Inês e Dona Angélica, iam a cavalo assistir as festas de Nossa Senhora de Santana em Laranjeiras do Sul. Assistiam a missa, confessavam e comungavam. A partir de 1930 um padre passou a visitar a capela de Água do Boi a cada seis meses. Era o padre Paulo Schneider, que vinha de Ponta Grossa. Então Dona Maria Inês nunca deixou de levar sua família assistir a missa em Água do Boi, pelos carreiros, na época por picadas, a mais de 20 km de distância. Em 1941 Água do Boi recebia a primeira visita de um bispo, era Dom Antonio Lazarotto, que iria a cavalo de Ponta Grossa. Por volta de 1940 padre Paulo Schneider passou a rezar missa na casa de Estanislau Oleinik, na hoje vizinha comunidade de Linha Rosa e continuou mais tarde numa capelinha construída pelo próprio padre. Em 1947 esta capelinha recebia visita do bispo Dom Manoel Koemer, bispo de Laranjeiras do Sul, e como nos conta o seu João Lopes, Laranjeiras foi diocese por algum tempo. Mas foi a partir de 1959 que a comunidade de Pinhalzinho começou a mudar rapidamente, quando aqui começou a chegar colonos italianos. O primeiro deles foi Domingos Biava, vindo de Santa Catarina em 1959, depois veio Clemêncio Bortoluzzi em 1960. contam eles que na época ainda não haviam estradas, só se podia chegar aqui a cavalo, entre outros moravam aqui João Pinheiro e seus filhos: João Josefi e Sebastião Josefi, seu genro Euraclides Nogueira, a viúva Michalosqui, seus filhos e outros. Conta-nos Domingos Biava que os moradores da época eram pessoas simples e sem estudo. Logo em seguida outras famílias chegaram entre elas Santo Agassi, Augusto Trento, Basílio e Otávio Moretti, Cesar Coloni e Gildo Demarck. Em 1961 um trator da prefeitura abria a primeira estrada, que vinha de Campo do Bugre, passava por Pinhalzinho e ia até Pinhal Preto. A primeira missa rezada em Pinhalzinho foi na residência de Domingos Biava no ano de 1960, pelo Padre Santo Pelizer e continuou rezando de 6 em 6 meses, até o ano de 1963, quando os moradores unidos construíram a primeira escola, foi a partir desta época que passou-se a rezar todos os domingos na própria escola. Em 1963 Afonso Baroni doava a imagem de Santa Terezinha, que por determinação do Padre Santo passou a ser a padroeira. Em seguida, sob a coordenação de Domingos Biava, ajudado pelos demais, passou-se a trabalhar no sentido de construir a primeira capela. As primeiras festas foram realizadas debaixo de árvores e eram sempre prejudicadas por brigas de caboclos pouco civilizados que freqüentavam as festas sempre armados. Em 1965 a primeira capela era inaugurada, uma construção de madeira de 12 X 8 metros, coberta de telhas e construída em terreno doado por Domingos Biava. A partir desta época o padre passou a rezar missa todos os meses, era o Padre Vicente Toneto. Nos anos seguintes outros moradores viera, entre eles Fermino Agassi, Olindo e José Possato, Valdemar Tasca, Idalino Cambruzzi, Adelino Sangaretti, Franquelino Massiroli, Osni Pedroso, Laudelino de Barros, Antonio Dalmolin, Aurelino e Genésio Bortoluzzi e outros. Em 1969 Domingos Biava partia de mudança e deixava a coordenação da capela a cargo de Clemencio Bortoluzzi. Em 1970 João Furlan se estabelecia em Pinhalzinho com um pequeno armazém e sua esposa Nelcy Cristo Furlan passava a ser professora. Já lecionavam a algum tempo na escola a professora Josefa S. Agassi. Nesta época a Prefeitura Municipal construiu uma escola melhor de madeira, mas com apenas uma sala. Como foi relatado no inicio desta história verídica, essas terras era cobertas de pinheiros, mas no início de 1970 esses pinheiros foram retirados por madeireiros, foram transportadas essas madeiras e aberta a estrada que ainda hoje (1985), liga Pinhalzinho a Passo das Flores. Em 1973, quando chegava em Porto Santana, o primeiro vigário, Padre Aristides Poletto, era então composta a primeira diretoria da capela formada pelos seguintes moradores: Presidente: Clemencio Bortoluzzi, Vice-Presidente: Valdemar Tasca, Tesoureiro: Ildo Massiroli e Secretario: Idalino Cambruzzi. A partir dali passaram a fazer o registro de entradas e saída de recursos da capela num livro de conta corrente. O dinheiro arrecadado pela capela foi sempre oriundo de festas que eram realizadas duas vezes ao ano e por doações espontâneas. No final de 1973 o último de seus antigos moradores, Euraclides Nogueira, vendia sua propriedade e mudava-se para a cidade, vindo morar em sua propriedade o Senhor Hercílio Zanelatto e seus irmãos. A primeira diretoria passou logo a trabalhar e em 1974, com a ajuda de toda a comunidade, era construído o pavilhão de festas medindo 12 X 18 m. a partir de 1975 muitos colonos passaram a comprar tratores, passando a mecanizar seus terrenos. Foi nesta época que também por iniciativa da Associação era construído o campo de futebol ainda hoje existente, que custou 31 horas de trator e foi pago com promoção de torneio de futebol. Em maio de 1982 era iniciada a construção da nova igreja (20 X 10) pelo Pedreiro Teodoro Oleinik, contratado pela atual diretoria. Nesta época a comunidade tinha apenas 50 famílias e não tinha apoio do padre, que sempre se ocupava da Paróquia em Porto Santana. Mas a comunidade de Pinhalzinho era bastante unida e participativa e todos colaboraram e em 06 de março de 1983 a igreja era inaugurada com uma grande festa. A comunidade de Pinhalzinho também teve acontecimentos muito tristes. Em fevereiro de 1974, quando moradores unidos faziam a limpeza nos arredores da igreja e da escola com uma raçadeira movida a motor o estacionário provocava um acidente quando uma das facas quebrava-se e ia atingir um menino de nove anos de idade à uns dez metros de distância, amputando-lhe a perna. A comunidade assumiu todas as despesas, inclusive uma perna mecânica. Em novembro do mesmo ano, no armazém, por motivos familiares, um jovem de vinte anos de idade assassinava a tiros seu vizinho, de 32 anos, abalando a comunidade. Em junho de 1980 o então inspetor policial, num boliche, assassinou a tiros um morador da comunidade, de 55 anos. Em agosto de 1983, novamente no armazém, outro assassinato a tiros. Estes acontecimentos abalaram a pacata e ordeira comunidade de Pinhalzinho. No mês de junho de 1985 foi instalada a energia elétrica na igreja, pavilhão e escola. A partir de agosto de 1983 todas as propriedades passaram a receber energia elétrica, aparecendo a televisão e eletrodomésticos como conforto. A grande maioria das famílias são proprietárias de 5 a 30 alqueires e são católicos. Na parte recreativa contamos com equipe de futebol e o JUSP (Jovens Unidos a Serviço de Pinhalzinho), com participação de 40 jovens, que se reúnem quinzenalmente. Mais de setenta crianças freqüentam a escola de primeira a quarta série, com as professoras Marlene e Marli Malagi e Nelcy Cristo Furlan... (Livro de Ata da Comunidade de Pinhalzinho, Junho de 1985).
Surgem muitas lendas e fatos, verídicos ou não, que o povo conta. Eis um... “Essas terras pertenciam no início do século passado aos índios e depois aos desbravadores, principalmente a Francisco Nogueira do Amaral, que se tornou posseiro da maioria das terras. Contam que ele era um moço muito galante, andava sempre num belo cavalo. Um certo dia levou um coice do cavalo na cabeça e ficou com problemas mentais por falta de tratamento devido às dificuldades da época, sendo apelidado de “Chico Tongo”. Contam que ele acabou trocando todas as terras por um rádio, que era uma raridade na época, então ficou sob a proteção da justiça até falecer."


Pinhalzinho faz limite com o Distrito de Campo do Bugre, com o Rio Lambari e com o Município de Porto Barreiro e inclui as comunidades de Pinhalzinho, Linha Vailatti, Linha Bartoski, Linha Nova e Rio Crim. O acesso até a Sede do Município é realizado pela estrada principal (calçamento com pedras irregulares).

LINHA ROSA

A comunidade de LINHA ROSA recebeu este nome na década de 50, pelo fato da maioria dos moradores terem o sobrenome “Rosa”, muitos destes vindos de Barreirinho (atualmente Porto Barreiro), filhos de Alfredo Rosa, Escrivão e Patrono da Escola Municipal Alfredo Rosa.

Algumas informações que constam no Histórico da Escola Rural Municipal Alfredo Rosa, sobre o surgimento do Distrito de Linha Rosa:

“Alfredo Rosa nasceu em 09/06/1898, em Passo Fundo – RS. Desde pequeno gostava de ler, sendo que naquela época era difícil conseguir materiais de leitura. Estudou apenas seis meses e o que aprendeu foi por força de vontade, lendo livros, revistas e jornais. Também gostava de trabalhar na agricultura. Quando cresceu, casou-se com D. Clotilde Morais da Rosa. Constituiu família de 11 filhos que são: Arival, Nereu, Silvio, Dirceu, Áureo, Delvino, Ilda, Santina, Alda, Diva e Delvina. Em 1945, vieram residir no Paraná, de carroça puxada por animal. Foram 42 dias de viagem, muito sofrida, pois na época tinham três filhos pequenos e as estradas eram precárias. Chegando em Barreirinho, passou a trabalhar na lavoura, principalmente na criação de porcos soltos, os quais eram vendidos em Ponta Grossa e Guarapuava, levados por terra, em viagem que levava aproximadamente um mês. Em 1959 passou a exercer a profissão de escrivão civil e criminal, fazia certidões de casamento, registros de nascimento e óbito e inquéritos policiais, escritos a mão. Comprou um terreno na localidade de Linha Rosa e distribuiu aos filhos, que vieram ali morar e constituir família. Com o aumento da povoação, formou-se a comunidade de Linha Rosa. Alfredo Rosa faleceu aos 69 anos, no dia 09/07/1967, deixando uma família bem numerosa. Em sua homenagem, decidiu-se dar o nome da Escola de Escola Rural Municipal Alfredo Rosa, pois entenderam que foi através dele, que começou a povoação desta comunidade. Passaram-se os anos e havendo necessidade de uma escola maior, encaminhou-se um projeto ao governador do estado reivindicando uma escola em alvenaria. O projeto foi aprovado e em 1991 foi construído o prédio em alvenaria, que ao longo do tempo foi sendo ampliado. Ao lado da Escola está construída a igreja, o ginásio de esportes e o centro comunitário.”

Linha Rosa limita-se com o Alagado e com o Distrito de Pinhalzinho e inclui as comunidades de Linha Rosa, Barra Mansa dos Dariz, Barra Mansa dos Bovinos, Flor da Serra, Bela Vista do Iguaçu, Rio Lambari, Alto Iguaçu, Linha Somariva e Alto Iguaçu. (acesso principal a sede do município por calçamento de pedras irregulares).

CAMPO DO BUGRE

O distrito de CAMPO DO BUGRE foi um dos primeiros vilarejos a surgirem na época do desbravamento, no início do século passado. Recebeu esse nome por ser naquela época a paragem dos bugres.

Faz limite com o Município de Laranjeiras do Sul, Porto Barreiro, Sede de Rio Bonito, Rio Xagu e com o Município de Nova Laranjeiras.

O Senhor Abel, com 81 anos de idade (nascido em 1927), relatou:

“Nasci e cresci aqui na comunidade do Campo do Bugre, que leva este nome porque era a “paragem” dos bugres. Lembro-me que aqui era cheio de mato e as casas eram feitas de madeira e pinheiros. Eram poucas casas, todas diferentes. Como aqui não tinha serraria, as tábuas eram desdobradas com um serrote grande. Havia vários tipos de árvores: guabiroba, ervas, pinheiros e plantas frutíferas. Não tinha escola e nem igreja. Não tinha estradas, apenas carreiros. Para ir pra cidade tinha que ir a cavalo, porque só passavam cargueiros. Para vender ou trocar produtos que colhíamos por mantimentos eram levados com cargueiros até a colônia, como era chamada. Tinha tigre que matavam e levavam gado e porco nosso pras tocas deles pra comer e agora nem tatu existe mais por aqui. Nunca estudei quando criança minha mãe me ensinava as coisas. Aprendi escrever meu primeiro nome na Educação de Jovens e Adultos. As pessoas quando ficavam doentes iam ao curador, minha mãe benzia de mordida de cobra e pedia pra quem era mordido ficar três dias isolado aí a pessoa sarava e o bicho que mordeu morria, era “simpatia”. Lembro que os curadores davam um remédio com o nome de homeopatia , que era bom remédio para febre. Não existiam fotos naquele tempo. Os objetos que guardo são apenas as moedas de dinheiro que tenho até hoje, mas não valem mais, mas gosto. Servi o exército em Foz do Iguaçu, em 1946, para ir pra guerra, se fosse preciso. Tenho o documento pra comprovar. ”
O senhor Jair José, com 61 anos em 2009, relatou:

“Lembro que só tinha em Campo do Bugre uma escola e uma bodega, o lugar era cheio de matas. Tinha também muitos bichos perigosos e meu pai não deixava sair de casa, porque era muito perigoso. Só podia sair a cavalo. As casas eram engraçadas, eram casarões rodeados de áreas, eram mais ou menos oito. A escola era de madeira e grande e lá estudei até a quarta série. Havia desfile de sete de setembro e eu participei e fiquei muito feliz. Sempre morei em Campo do Bugre, casei e tenho 8 filhos aqui. Gosto de participar da comunidade, cantar e tocar violão, também escrevo livros”.”

Inclui a Sede Urbana de Campo do Bugre, a Vila Santana e as seguintes comunidades rurais: KM 130, Rio do Leão, Sete Quedas, Arroio Novo, Rio Lambedor e Alto Rio Bonito. É o distrito que tem a maior abrangência de população reunida, formando uma área urbana. Fica a aproximadamente 3 km (quilômetros) da sede do município, com fácil acesso através da Rodovia BR 158.

Campo do Bugre tem um grande aglomerado de casas e pontos comerciais, formando uma grande “vila”, com pontos de comércio variados, extensão de correio, centro comunitário, ginásio de esportes, campo de futebol, etc. Muitas pessoas, (homens, mulheres e jovens) tem se deslocado para trabalhar em outras cidades, deixando as famílias sozinhas para conseguir recursos para sua manutenção.

ALAGADO

Com a conclusão das obras da barragem da Usina de Salto Santiago e o conseqüente alagamento de grandes extensões de terras, criou-se um lago artificial e as terras mais altas formaram ilhas, das quais 12 estão nos limites do Município de Rio Bonito do Iguaçu.

Em algumas dessas ilhas, “a proprietária” - Eletrosul - concedeu a posse de comodato a algumas pessoas, dando-lhes o direito de utilizá-las para o lazer. Algumas dessas ilhas possuem vegetação nativa e outras pomares com diversidade de frutas.

A utilização turística é quase nula, pois poucas pessoas as Visitam com o intuito de lazer. A princípio nenhuma das ilhas possui equipamentos turísticos, mas todas podem ser visitadas, pois a Eletrosul concede seu uso para atividades turísticas.

REFERÊNCIA

GALERA, Inês. Rio Bonito do Iguaçu: um rio de histórias. Editora Xagu. 126 p. Rio Bonito do Iguaçu PR, 2009.

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