CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DO MUNICÍPIO DE RIO BONITO DO IGUAÇU
(Professora Inês Galera)
A paisagem natural da região onde se encontra atualmente o Município de Rio Bonito do Iguaçu no início do século passado era composta por densas florestas, com predominância absoluta de Pinheiro do Paraná (araucária angustifólia ), que margeavam o Rio Iguaçu. Algumas áreas eram cobertas de gramíneas denominadas barba-de-bode, formando os campos limpos cortados por pequenos capões de matas ciliares beirando o rio.
O clima era o subtropical de altitude , com ocorrência de geadas no inverno e com as quatro estações bem definidas, tendo a distribuição uniforme de chuva durante o ano todo. Quebrava-se o silêncio apenas pela presença de grande variedade de aves e animais e pelo barulho constante das quedas de água dos saltos. Representação de florestas naturais de RBI
Viviam nesta região, antes da chegada do homem branco, muitos animais selvagens e índios da Tribo dos Gês (kaingang("kaa"=mato; "ingang"=morador). Faziam suas roças em um determinado lugar até esgotar a caça ao redor, mudando-se então para outras paragens mais propícias à sobrevivência. Esses índios eram bravos, subiam nas copas dos pinheiros e viviam como selvagens, se alimentando de insetos, larvas, vegetais, raízes, frutos silvestres, caças e pescas. Faziam tigelas de barro branco, que usavam como pratos, o fogo era aceso com pedras e feito no chão.
Na cultura atual ainda predominam costumes indígenas e palavras originárias, como: Paraná, Iguaçu, butiá, biju, etc. Com a chegada dos desbravadores se travaram muitas lutas entre brancos e índios, a maior perca foi por parte dos índios, pois as condições de luta e armamentos era desigual. Os índios lutavam com todas as forças para defender suas terras e com certeza também sofreram agressões e até muitos morreram injustamente. Aos poucos foram sendo expulsos e perdendo seu domínio, se afastando para o Oeste, onde permanecem descendentes até a atualidade, na Reserva Indígena de Rio das Cobras, no Município de Nova Laranjeiras.
Os pioneiros ao desbravarem os sertões de Rio Bonito do Iguaçu foram liderados por José Nogueira do Amaral e seus descendentes, tomando posse desta terra, denominada “Sesmaria dos Nogueiras”, posteriormente Fazenda Laranjeiras, depois Fazenda Comil, atualmente fica aos redores da Casa Familiar Rural, entre a Sede do Município e o Distrito de Campo do Bugre.
Abriram um picadão que cruzava os sertões de Rio Bonito, ligando o Rio Iguaçu à estrada antiga de Foz do Iguaçu. “Seu Nogueirinha” (descendente de José Nogueira do Amaral), que residia na costa do Rio Iguaçu, praticamente isolado, vendeu uma parte de suas posses para Horácio Pio e seus familiares, entre 1900 a 1910.
Estes foram considerados os primeiros moradores da região. Praticavam a agricultura de subsistência: plantando, criando gados e porcos de forma rudimentar. Posteriormente outras famílias vieram e aqui se instalaram da mesma forma. Devido à dificuldade de transporte e a grande distância a percorrer pelo “picadão” esses primeiros moradores foram abrindo atalhos para encurtar caminho, desbravando os sertões, conforme imagem ilustrativa a seguir, de pioneiros no início do século.
A terra nesta região era muito boa e não precisava ser comprada, isso atraía muitos pioneiros. Existia a comentada “Lei do Piquete”, no tempo do Governo do Paraná Moysés Lupion (1947-1951). Esta Lei garantia aos posseiros que chegavam o direito de fazer cercas, demarcando seu espaço para se apossar do terreno e como “donos” podiam plantar e construir sua propriedade, vivendo ali com sua família e seus animais.
Trabalhavam manualmente plantando e cuidando dos afazeres na propriedade. Tinham que tomar cuidado com animais ferozes e com os primeiros habitantes donos da terra, os indígenas. Não existia lazer e a diversão principal era visitar os vizinhos e compadres.
REFERÊNCIA
GALERA, Ines. RIO BONITO DO IGUAÇU: UM RIO DE HISTÓRIAS. Editora Xagu, 126 p. Rio Bonito do Iguaçu PR, 2009.
(Professora Inês Galera)
A paisagem natural da região onde se encontra atualmente o Município de Rio Bonito do Iguaçu no início do século passado era composta por densas florestas, com predominância absoluta de Pinheiro do Paraná (araucária angustifólia ), que margeavam o Rio Iguaçu. Algumas áreas eram cobertas de gramíneas denominadas barba-de-bode, formando os campos limpos cortados por pequenos capões de matas ciliares beirando o rio.
O clima era o subtropical de altitude , com ocorrência de geadas no inverno e com as quatro estações bem definidas, tendo a distribuição uniforme de chuva durante o ano todo. Quebrava-se o silêncio apenas pela presença de grande variedade de aves e animais e pelo barulho constante das quedas de água dos saltos. Representação de florestas naturais de RBI
Viviam nesta região, antes da chegada do homem branco, muitos animais selvagens e índios da Tribo dos Gês (kaingang("kaa"=mato; "ingang"=morador). Faziam suas roças em um determinado lugar até esgotar a caça ao redor, mudando-se então para outras paragens mais propícias à sobrevivência. Esses índios eram bravos, subiam nas copas dos pinheiros e viviam como selvagens, se alimentando de insetos, larvas, vegetais, raízes, frutos silvestres, caças e pescas. Faziam tigelas de barro branco, que usavam como pratos, o fogo era aceso com pedras e feito no chão.
Na cultura atual ainda predominam costumes indígenas e palavras originárias, como: Paraná, Iguaçu, butiá, biju, etc. Com a chegada dos desbravadores se travaram muitas lutas entre brancos e índios, a maior perca foi por parte dos índios, pois as condições de luta e armamentos era desigual. Os índios lutavam com todas as forças para defender suas terras e com certeza também sofreram agressões e até muitos morreram injustamente. Aos poucos foram sendo expulsos e perdendo seu domínio, se afastando para o Oeste, onde permanecem descendentes até a atualidade, na Reserva Indígena de Rio das Cobras, no Município de Nova Laranjeiras.
Os pioneiros ao desbravarem os sertões de Rio Bonito do Iguaçu foram liderados por José Nogueira do Amaral e seus descendentes, tomando posse desta terra, denominada “Sesmaria dos Nogueiras”, posteriormente Fazenda Laranjeiras, depois Fazenda Comil, atualmente fica aos redores da Casa Familiar Rural, entre a Sede do Município e o Distrito de Campo do Bugre.
Abriram um picadão que cruzava os sertões de Rio Bonito, ligando o Rio Iguaçu à estrada antiga de Foz do Iguaçu. “Seu Nogueirinha” (descendente de José Nogueira do Amaral), que residia na costa do Rio Iguaçu, praticamente isolado, vendeu uma parte de suas posses para Horácio Pio e seus familiares, entre 1900 a 1910.
Estes foram considerados os primeiros moradores da região. Praticavam a agricultura de subsistência: plantando, criando gados e porcos de forma rudimentar. Posteriormente outras famílias vieram e aqui se instalaram da mesma forma. Devido à dificuldade de transporte e a grande distância a percorrer pelo “picadão” esses primeiros moradores foram abrindo atalhos para encurtar caminho, desbravando os sertões, conforme imagem ilustrativa a seguir, de pioneiros no início do século.
A terra nesta região era muito boa e não precisava ser comprada, isso atraía muitos pioneiros. Existia a comentada “Lei do Piquete”, no tempo do Governo do Paraná Moysés Lupion (1947-1951). Esta Lei garantia aos posseiros que chegavam o direito de fazer cercas, demarcando seu espaço para se apossar do terreno e como “donos” podiam plantar e construir sua propriedade, vivendo ali com sua família e seus animais.
Trabalhavam manualmente plantando e cuidando dos afazeres na propriedade. Tinham que tomar cuidado com animais ferozes e com os primeiros habitantes donos da terra, os indígenas. Não existia lazer e a diversão principal era visitar os vizinhos e compadres.
REFERÊNCIA
GALERA, Ines. RIO BONITO DO IGUAÇU: UM RIO DE HISTÓRIAS. Editora Xagu, 126 p. Rio Bonito do Iguaçu PR, 2009.
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